Os sectores farmacêutico e das ciências da vida são ambientes empresariais em rápido crescimento. Para que um novo produto entre no mercado com o mínimo de problemas e no mais curto espaço de tempo, a secção de assuntos regulamentares de qualquer organização desempenha um papel muito importante. Torna-se difícil percorrer todos os aspectos do negócio para encontrar o caminho até ao fim. No entanto, isto é facilitado graças ao aparecimento do modelo de referência DIA de fazer negócios. O presente documento analisa o modelo de referência DIA, os seus vários módulos e a sua aplicabilidade a situações do mundo real, de modo a realçar o significado e a importância do modelo.
O que é a DIA?
A Associação de Informação sobre Medicamentos é uma organização global, sem fins lucrativos, que reúne reguladores, criadores de produtos regulamentados e outras partes interessadas na descoberta, desenvolvimento e gestão do ciclo de vida de produtos farmacêuticos, biológicos e de cuidados de saúde. A DIA é a principal organização global que proporciona um fórum neutro para a troca de informações e colaboração para melhorar o desenvolvimento de produtos de cuidados de saúde e a gestão do ciclo de vida. É através deste fórum global que a DlA continuará a ser pioneira nos aspectos científicos dos assuntos regulamentares dos produtos farmacêuticos e biológicos.
Porque é que o modelo de referência DIA é importante?
O modelo de referência DIA foi desenvolvido para ultrapassar a miríade de desafios que podem ser encontrados ao abordar o trabalho regulamentar. De um requisito dinâmico a requisitos variáveis em diferentes regiões, este modelo fornece uma plataforma padrão que aumenta a eficiência, a precisão e a conformidade da abordagem regulamentar. As organizações que implementam o modelo de referência DIA terão tempos de submissão mais curtos, custos de submissão mais baixos e maiores hipóteses de verem os seus produtos aprovados.
Módulos do modelo de referência DIA
Módulos das três associações de informação sobre medicamentos :
Módulo 1 - Investigação clínica: Este módulo apresentará o estudo dos elementos dos ensaios clínicos, bem como da investigação clínica. Isto abrangerá a conceção e a realização do ensaio clínico, que inclui a gestão de dados e a conformidade regulamentar, com o objetivo de assegurar um ensaio clínico eficiente e ético, com uma concentração na segurança dos doentes e na integridade dos dados.
Módulo 2 - Assuntos regulamentares: Este é um assunto que lida com o ambiente regulatório associado que pertence às indústrias farmacêutica, de biotecnologia e de dispositivos médicos. Isto envolve o estudo das necessidades dos reguladores, processos de submissão e estratégias para a conformidade nos diferentes mercados do mundo. Por conseguinte, é muito importante que os produtos cumpram as normas regulamentares necessárias, para garantir a aprovação e a conformidade durante todo o ciclo de vida dos produtos.
Módulo 3 - Segurança dos medicamentos e farmacovigilância: Esta unidade centrar-se-á na monitorização e avaliação da segurança dos produtos farmacêuticos. Será dada especial atenção à notificação de eventos adversos, gestão de riscos e vigilância pós-comercialização. A identificação, a avaliação e a minimização dos riscos associados aos produtos farmacêuticos serão objeto de atenção especial para a segurança dos pacientes e para garantir a conformidade com as autoridades reguladoras.
Uma vasta gama de módulos abrange as principais áreas do desenvolvimento de medicamentos e do processo regulamentar. Isto dará aos profissionais os conhecimentos e as competências necessárias para negociar esta paisagem desafiante e dinâmica no âmbito da indústria farmacêutica e das ciências da vida.
Aplicações do modelo de referência DIA
As aplicações práticas do modelo de referência DIA têm, por conseguinte, um impacto nas operações de regulamentação das seguintes formas
- Velocidade de apresentação: Com a utilização de aplicações de apresentação eletrónica, como o eCTD, a preparação e a apresentação de ficheiros regulamentares tornam-se perfeitas, com as taxas de erro mais baixas, e os erros podem ser facilmente detectados em fases anteriores da apresentação para reduzir o tempo necessário para a análise dos ficheiros apresentados.
- Centralidade: O RIMS fornece uma gestão centralizada das operações regulamentares para aumentar a harmonização entre regiões e produtos para uma melhor coordenação e acompanhamento.
- Aumentar a eficiência: As tecnologias de automatização e IA eliminam as tarefas de rotina e permitem que os profissionais da área da regulamentação se concentrem no trabalho estratégico, para além de aumentarem a eficiência.
- Tomada de decisões informada: Com as soluções de software de análise de dados disponíveis, as empresas analisarão os dados regulamentares para compreender as tendências e apresentar relatórios - ou decisões informadas.
- Conformidade global: Seguir as normas e diretrizes globalmente aceites assegurará que uma empresa cumpre todos os requisitos regulamentares em qualquer jurisdição, tornando-o imperativo para aprovações mais fáceis.
- Gestão proactiva do risco: As actividades de gestão do risco ajudarão uma organização a identificar e a mitigar os riscos associados às submissões regulamentares, assegurando que as aprovações ocorrem atempadamente e com sucesso.
- Manter-se à frente: As ferramentas proactivas de inteligência regulamentar são imperativas para o acompanhamento eficaz das últimas disposições e tendências regulamentares, mantendo as empresas actualizadas, o que permitirá tomar decisões atempadas e conceber estratégias.
- Colaboração efectiva: As plataformas de colaboração devem melhorar a comunicação eficaz e a partilha de informações entre as equipas de regulamentação, os peritos da indústria e os reguladores, o que é vital para melhorar a capacidade de enfrentar os desafios.
Estudo de caso
Tomemos, por exemplo, uma empresa farmacêutica que implementou o modelo de referência DIA nos seus sistemas para simplificar as suas apresentações às entidades reguladoras. A implementação de um sistema de submissão eletrónica e do RIMS reduziu os tempos de submissão da empresa em 30%, pelo que alargou esse apoio a aprovações mais rápidas em várias regiões. Por exemplo, uma empresa de biotecnologia utiliza a IA para efetuar verificações de conformidade e, por outro lado, segue as verificações, diminuindo os erros manuais e aumentando a conformidade regulamentar.
Tendências futuras e desenvolvimento
A evolução do cenário regulamentar configura o modelo de referência DIA para ser modificado e redimensionado em conformidade. Com as tecnologias futuras, como a cadeia de blocos para o tratamento seguro de dados e a aprendizagem automática para a análise preditiva, o processo irá incorporar mais melhorias no processo de regulamentação. Além disso, quase todas as autoridades reguladoras geográficas globais estão agora a tornar-se um forte defensor da transformação digital. Assim, está aberto o caminho para formas de trabalho mais estruturadas e eficientes para os reguladores.
Conclusão
O modelo de referência DIA é uma estrutura muito sólida para os sectores farmacêutico e das ciências da vida lidarem com os domínios regulamentares difíceis e em constante mudança. A organização e a utilização dos seus múltiplos módulos e aplicações podem acabar por funcionar de forma mais eficiente, precisa e em conformidade com as actividades regulamentares das organizações, conduzindo a um desenvolvimento e aprovação mais rápidos de novos produtos e terapias. Por isso, estrategicamente, é aconselhável adotar o modelo de referência DIA para viver num ambiente regulamentar mais estruturado, informado e eficiente.