
Introdução
Nos últimos anos, a Nova Zelândia tem assistido a um aumento significativo da procura de produtos alimentares à base de plantas e veganos. Esta tendência é largamente impulsionada por uma maior consciencialização dos benefícios para a saúde e o ambiente das dietas à base de plantas e uma preferência crescente por padrões de consumo sustentáveis e éticos. À medida que mais consumidores mudam para estilos de vida à base de plantas, o mercado para estes produtos expande-se, apresentando novas oportunidades para as empresas. No entanto, navegar no panorama regulamentar para colocar estes produtos no mercado pode ser um desafio.
Via regulamentar para os produtos alimentares à base de plantas e veganos
Para garantir a segurança e a qualidade dos produtos alimentares à base de plantas e veganos, os fabricantes devem cumprir os rigorosos requisitos regulamentares estabelecidos pela Autoridade de Segurança Alimentar da Nova Zelândia (NZFSA).
A Food Standards Australia New Zealand (FSANZ) continua a ser responsável pelo desenvolvimento e manutenção do Código de Normas Alimentares da Austrália e da Nova Zelândia, que estabelece normas alimentares para a Austrália e a Nova Zelândia. Esta organização bi-nacional trabalha na segurança alimentar, rotulagem e outras normas relacionadas com os alimentos que se aplicam a ambos os países.
No entanto, a aplicação e implementação destas normas na Nova Zelândia são da responsabilidade do Ministério das Indústrias Primárias da Nova Zelândia (MPI). Em 2012, a NZFSA foi integrada no MPI, que agora supervisiona a regulamentação da segurança alimentar, incluindo o cumprimento e a aplicação, na Nova Zelândia.
Por conseguinte, enquanto a FSANZ estabelece as normas alimentares gerais, o MPI é responsável pela regulamentação e aplicação dessas normas na Nova Zelândia. A FSANZ continua a ser uma parte ativa e essencial do sistema de regulamentação alimentar, tanto na Austrália como na Nova Zelândia.
Eis as principais etapas envolvidas na via de regulação:
1. Novas aplicações alimentares (NFA)
Para qualquer produto alimentar que contenha um ingrediente novo ou que seja significativamente diferente dos alimentos existentes, é necessário um pedido de autorização para um novo alimento (NFA). Este processo envolve uma avaliação de segurança abrangente conduzida pela NZFSA para garantir que o produto é seguro para consumo humano. O processo de NFA é fundamental para avaliar a segurança de novos ingredientes que não fazem parte da dieta humana tradicionalmente.
2. Rotulagem e embalagem
Os produtos alimentares à base de plantas e veganos devem cumprir as normas de rotulagem e embalagem estabelecidas pela NZFSA, sob a jurisdição da FSANZ. A rotulagem adequada é crucial para informar os consumidores e evitar informações enganosas. Aqui estão os principais requisitos de rotulagem:
a. Lista de ingredientes
Todos os ingredientes devem ser indicados no rótulo do produto por ordem decrescente de peso. Isto inclui todos os componentes dos ingredientes compostos, a menos que representem menos de 5% do produto, com exceção dos alergénios que devem ser sempre declarados.
b. Informação nutricional
Os rótulos devem fornecer informações nutricionais exactas, incluindo o conteúdo energético, proteínas, gorduras, hidratos de carbono, açúcares e sódio. Esta informação ajuda os consumidores a fazerem escolhas informadas sobre a sua ingestão alimentar.
c. Declarações de alergénios
Quaisquer potenciais alergénios presentes no produto devem ser claramente indicados no rótulo. Os alergénios mais comuns incluem o glúten, a soja, os frutos secos, os lacticínios e o marisco. A informação sobre o alergénio deve ser facilmente visível e distinguível de outras informações no rótulo.
d. Alegações de saúde
Quaisquer alegações de saúde feitas sobre o produto devem ser fundamentadas com provas científicas e não devem ser enganosas. As alegações de saúde são regulamentadas para garantir que são exactas e não enganosas. Por exemplo, as alegações sobre os benefícios de determinados nutrientes ou os impactos do produto na saúde devem ser validadas e aprovadas pelo FSANZ.
e. Instruções de armazenamento
Devem ser incluídas instruções de armazenamento adequadas para garantir que o produto permanece seguro e de alta qualidade até à data de validade. Isto pode incluir requisitos específicos de temperatura ou outras condições de armazenamento.
f. País de origem
O país de origem deve ser indicado no rótulo para informar os consumidores sobre as origens do produto, o que pode ser particularmente importante para aqueles que preferem produtos de origem local.
3. Importação
Requisitos de importação para produtos à base de plantas e veganos
A importação de produtos alimentares à base de plantas e veganos para a Nova Zelândia pode ser um processo complexo, com vários requisitos regulamentares que têm de ser cumpridos. Aqui estão alguns dos principais requisitos de importação:
- Importador Registado de Alimentos: Os importadores devem estar registados no MPI como Importador Registado de Alimentos, o que implica o cumprimento de requisitos específicos relacionados com a segurança alimentar, a rastreabilidade e a manutenção de registos.
- Requisitos de biossegurança: Os importadores devem cumprir os requisitos de biossegurança do MPI, que podem incluir a obtenção de certificados fitossanitários, o cumprimento de normas específicas de embalagem e rotulagem e a inspeção na fronteira.
- Conformidade com o Food Act 2014: Os produtos alimentares à base de plantas e vegan importados devem cumprir os requisitos da Lei dos Alimentos de 2014, incluindo a rotulagem, a embalagem e as normas de segurança alimentar.
- Regulamentos sobre suplementos alimentares de 1985: Para os suplementos dietéticos à base de plantas e veganos, os importadores devem garantir que os seus produtos cumprem os requisitos dos Regulamentos dos Suplementos Dietéticos de 1985, incluindo a rotulagem, as doses diárias máximas permitidas e outras normas relevantes.
- Documentação e certificação: Os importadores devem fornecer uma série de documentação e certificações para apoiar a importação dos seus produtos à base de plantas e veganos, incluindo certificados de origem, COAs e certificados GMP.
4. Fabrico e acondicionamento
Os produtos têm de ser fabricados e embalados de acordo com as normas definidas na Lei Alimentar de 2014, nos Regulamentos Alimentares de 2015 e no Código de Normas Alimentares (FSANZ). Isto inclui a adesão às Boas Práticas de Fabrico (BPF) para garantir a segurança e a qualidade do produto ao longo do processo de produção.
5. Conformidade e controlo
É essencial o cumprimento contínuo dos regulamentos da NZFSA e do MPI, sob a jurisdição da FSANZ. Podem ser realizadas auditorias e inspecções regulares para garantir o cumprimento contínuo das normas de segurança e qualidade.
Desafios enfrentados pelas empresas do sector alimentar
Embora o quadro regulamentar seja concebido para garantir a segurança dos produtos e a proteção dos consumidores, pode colocar vários desafios às empresas do sector alimentar:
1. Complexidade da regulamentação
Navegar pelos complexos requisitos regulamentares pode ser assustador para as empresas, especialmente para as que não estão familiarizadas com o mercado da Nova Zelândia. Os pormenores intrincados dos processos de conformidade, documentação e aprovação exigem um conhecimento profundo e especializado.
2. Custo e prazo
O processo de registo e importação pode ser moroso e dispendioso. A necessidade de avaliações de segurança exaustivas, documentação adequada e conformidade com vários regulamentos pode prolongar os prazos e aumentar as despesas.
3. Recursos limitados
As pequenas e médias empresas (PME) podem não dispor dos recursos necessários para cumprir integralmente os requisitos regulamentares. A limitação dos recursos financeiros e humanos pode impedir a sua capacidade de cumprir todas as normas necessárias e de manter uma conformidade permanente.
4. Barreiras linguísticas
As empresas do sector alimentar de países que não falam inglês podem enfrentar barreiras linguísticas quando comunicam com as autoridades reguladoras e outras partes interessadas na Nova Zelândia. Esta situação pode complicar os processos de registo e de conformidade.
5. Evidências científicas e avaliações de segurança
A apresentação de provas científicas e avaliações de segurança sólidas é essencial para o processo de aprovação. Dados insuficientes podem causar atrasos, enfatizando a necessidade de investigação e documentação abrangentes para apoiar a segurança do produto.
Como é que a Freyr pode ajudar?
A Freyr, uma empresa global de soluções regulamentares, ajuda as empresas do sector alimentar a navegar no panorama regulamentar da Nova Zelândia para alimentos e suplementos alimentares à base de plantas e veganos. Os serviços da Freyr incluem:
- Experiência em requisitos regulamentares: Conformidade abrangente com os regulamentos da Nova Zelândia.
- Documentação eficiente: Criação e apresentação precisas de documentos regulamentares, assegurando a exatidão desde o início.
- Otimização de processos: Melhorar a eficiência do processo de registo e importação.
- Formação em conformidade regulamentar: Formação especializada para o cumprimento de normas regulamentares.
- Assistência linguística: Serviços profissionais de tradução e interpretação.
- Avaliações de segurança: Avaliações aprofundadas para garantir a segurança do produto e a conformidade regulamentar
Conclusão
A crescente procura de alimentos e suplementos alimentares à base de plantas e veganos na Nova Zelândia apresenta oportunidades significativas para as empresas. No entanto, navegar no panorama regulamentar para introduzir estes produtos no mercado pode ser um desafio. Ao compreender os requisitos regulamentares e ao tirar partido da experiência dos especialistas em regulamentação da Freyr, as empresas podem ultrapassar com êxito estes desafios e oferecer produtos inovadores e de elevada qualidade aos consumidores.
As soluções e serviços regulamentares abrangentes da Freyr podem ajudar as empresas a simplificar o processo de registo e importação, garantindo a conformidade com as rigorosas normas de segurança e qualidade da Nova Zelândia. À medida que o mercado de produtos à base de plantas e veganos continua a crescer, as empresas que navegam eficazmente no panorama regulamentar estarão bem posicionadas para capitalizar esta tendência e contribuir para um futuro mais saudável e sustentável.